quarta-feira, 14 de julho de 2010

1º Arraiá Literário da Biblioteca Solano Trindade com Onofrevo.







Entre livros e bandeirinhas
terça-feira, 6 de julho de 2010

por Josy Antunes

"Nos dias 03, 04 e 05 de julho, uma movimentação especial intrigou e convidou aqueles que passavam nas proximidades da rua Bartolomeu Fagundes, no bairro Cangulo – periferia de Caxias. As barracas, bandeirinhas e a música alta, oriunda das grandes caixas de som, confirmavam que uma antiga tradição era retomada: os festejos de São João. “Tem um histórico muito grande de violência nos últimos 15 anos. E havia um problema em organizar festa na rua, porque o pessoal tinha receio e acabava não investindo”, conta o professor e morador do local, Antonio Carlos de Oliveira Magalhães, idealizador da Biblioteca Comunitária Solano Trindade – a responsável pela segurança com que a comunidade abraçou a realização da festa.

Em 2005 o até então utópico projeto de uma biblioteca em Cangulo foi iniciado. Os livros eram armazenados na varanda da casa de Antonio Carlos. Hoje, após uma segunda mudança de endereço, ela ocupa literalmente uma casa inteira: há livros empilhados até no banheiro. O diferencial do espaço foi explícito à comunidade no folheto entregue durante o “I Arraiá Literário da BCST”: “Nosso espaço não funciona somente como uma biblioteca tradicional, onde há empréstimos de livros, controle e devolução. Uma atividade mecânica. Não há controle sobre os empréstimos, procuramos desenvolver a cultura do bem público, em que as pessoas se sintam responsáveis pelo acervo”. O “barulho” gerado pela realização do evento chamou a atenção de muitos moradores que até então desconheciam a existência da biblioteca. Entre eles, está Fabiana de Deus Amaral, responsável por uma das mais bonitas barracas da festa. “A barraca mais enfeitada, mais bonita vai valer um prêmio”, explicou logo, já ansiosa pelo resultado do brinde surpresa. A moça fora avisada por uma amiga sobre a oportunidade de vendas na festividade, conseguiu uma tenda emprestada e combinou com Antonio o que sua barraca ofereceria. “Nós trouxemos pastéis, doces, paçoquinha cremosa, mousse de maracujá e cuscuz”, mostrou Fabiana. “Não havia há muito tempo um evento desses aqui. Eu fiquei muito feliz porque as pessoas vieram. Deu certo. Foi um evento muito bom também pelo fato das pessoas não conhecerem a biblioteca”, avalia, comemorando o sucesso de público e de vendas.

Num breve cálculo mental, o professor Antonio Carlos afirma que cerca de 1.500 pessoas compareceram no “Arraiá Literário”, o que pra comunidade significou o acontecimento de uma “festa de arromba”. “Na sexta e no sábado nós fizemos um ‘tour’ pela biblioteca. Eu consegui trazer as pessoas que não conheciam aqui pra dentro pra conhecer o espaço. A maioria das pessoas que vieram não sabiam que a festa era da biblioteca”, contou ele, entre os 4 mil livros que compõem o acervo. “Eu mesma quanto entrei fiquei encantada”, assumiu Fabiana, que conheceu Antonio e a biblioteca nos preparativos do “Arraia Literário”. “Eu fiquei doida. Eu não sabia e eu moro aqui perto. Ás vezes eu fico ralando atrás de um livro e de alguma coisa pra pesquisar, quando eu entro aqui dentro e vejo isso tudo. As pessoas que estão conhecendo estão encantadas”, vibra a moça, que além da promessa de se tornar uma frequentadora da biblioteca, já tem planos para realizar ao lado do professor. “Eu trabalho com música. E a gente está com um projeto de levantar um coral aqui com as criancinhas”. A participação no evento da biblioteca a animou ainda para a continuidade das vendas das delícias distribuídas em sua barraca. “A gente tinha um ponto lá em casa, onde a gente vendia, mas paramos. Tem uns 4 ou 5 meses. E o pessoal do bairro estava com saudades. Minha irmã está animadíssima pra voltar a vender”, declara a sorridente Fabiana.

Nos 3 dias de programação, o “Arraiá Literário” misturou frevo e funk, tradição e experimentação. “Tivemos a temática voltada pra questão da biblioteca”, explica Antonio, “Mais de 500 livros foram distribuídos”. A ação foi realizada pela ONG “Livro de rua”, que trabalha com o mesmo conceito do “Livro livre”, estabelecido em Nova Iguaçu pelo atual secretário de cultura e turismo Écio Salles. “Eles vão nos locais, colocam um balcão e, segundos eles, ‘libertam’ o livro e fazem com que esse livro vá pra uma pessoa. A única orientação que eles dão é que, quando a pessoa acaba de ler, repasse o livro pra outra pessoa”, explica Antonio. Além da distribuição, dona Raimunda Inês de Oliveira Magalhães – mãe de Antonio – cuidava das vendas na pequena feirinha organizada para arrecadar fundos para a biblioteca, onde cada livro era vendido pelo valor de R$1. “Hoje em dia não tem ninguém que pensa em ninguém. Eu acho que esse trabalho é maravilhoso. Não tem ninguém que faz isso”, orgulha-se ela, assumidamente coruja. Em resposta ao pedido de apontar o aspecto que mais a agradou no resultado do “Arraiá Literário”, dona Raimunda responde sem hesitar: “Do sorriso dele”, declarou, referindo-se ao filho. “Ele puxou a mim, quando a gente vai fazer uma coisa, a gente nunca acha que vai dar errado. Sempre pensa que vai dar certo”.

A confiança no trabalho realizado, no entanto, não se limitava ao idealizador da biblioteca. Antonio contou com a colaboração dos voluntários da BCST e dos moradores de Cangulo. “A própria comunidade me ajudou a enfeitar a rua e arrumar as barracas. A gente conseguiu envolver a comunidade”, celebra o professor. De forma indireta, até as igrejas ao redor da rua colaboraram com o evento. “Depois das 21:30 encheu muito, porque as igrejas vieram pra cá”, apontou ele.

As apresentações musicais contaram com a presença do grupo de funk Guetofobia e do músico Onofrevo. “A gente tem o trabalho com o funk, a gente sabe que o funk é importante, mas a gente tem outros ritmos, outras tradições, que a gente precisa resgatar e valorizar”, enfatiza Antonio Carlos. Onofrevo é um artista morador de Caxias, que trabalha com cordel, frevo e composições musicais. “Ele é uma pessoa que não tem apoio nenhum da comunidade artística. Sempre que a gente pode, a gente dá oportunidade pra ele se apresentar nos nossos eventos”, conta Antonio, sobre o amigo que acabara ganhando em decorrência das inúmeras parcerias. “É uma luta sim fazer com que as crianças o tempo todo acostumadas com o batidão do funk parem pra ouvir um frevo, um Luiz Gonzaga. E ele faz isso muito bem. É um cara que merece o reconhecimento da comunidade”. O artista só lamenta não poder ter participado em todos os dias do evento, pois acabara de se recuperar de dias em que esteve febril. “Mas foi legal na medida do possível. A gente fez brincadeiras infantis, brincadeira da estátua, da cadeira”, conta Onofrevo, acrescentando que tudo fora embalado pelo ritmo que leva em seu nome. “Eu falo pro Antonio que ele é um guerreiro, pra encarar isso de fazer cultura num lugar que é carente. A gente acredita nisso”, alega ele, que recentemente passou a publicar suas ações no endereço http://onofrevo.blogspot.com/

Completando o leque de tradições resgatadas, outros tipos de brincadeiras infantis e populares foram resgatadas: durante o “Arraiá Literário” era possível ver crianças correndo entre os adultos, buscando objetos como os maiores calçados ou dentaduras que garantissem premiações na gincana – além daquelas distribuídas com o som do grito de “bingo!”. “Se tudo der certo, o próximo evento está programado para o último sábado de julho”, adianta Antonio sobre o projeto “Lugar de Criança nas Férias é na Biblioteca”.

Acompanhe as atividades da Biblioteca Comunitária Solano Trindade no blog: http://bibliotecasolanotrindade.blogspot.com/"

MATÉRIA ORIGINALMENTE PUBLICADA NO BLOG DA
SECRETARIA DE CULTURA DE NOVA IGUAÇU

http://culturani.blogspot.com/2010/07/entre-livros-e-bandeirinhas.html
QUEREMOS AGRADECER A TODOS QUE CONTRIBUÍRAM PARA QUE NOSSA FESTA FOSSE O SUCESSO QUE FOI.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

O Frevo (dança e música de rua e/ou salão)




O frevo existe desde o século XIX. Seus passos (dança) se originaram na capoeira, onde os praticantes brincavam, brigavam e dançavam.

Para se defenderem dos inimigos, usavam bengalas e guarda-chuvas velhos.

O ritmo alegre e acelerado da marcha (música) torna o frevo uma dança solta, livre e rápida exigindo do passista (dançarino) criatividade e improvisação.Nesse ritmo frenético e na rapidez da dança, diz o povo que o corpo “frerve”, daí o nome frevo.

Hoje integrado ao carnaval, o frevo é uma coreografia popular, alegre e colorida no Brasil.

As mulheres, de saias muito curtas e blusas que deixam a barriga de fora, e os homens de calças justas e faixas coloridas na cintura, usam sombrinhas coloridas na mão e passam dias dançando freneticamente pelas ruas de Recife e Olinda.

No salão é dançado como uma marcha comum, aos pares, tal qual no miolo do clube de frevo na rua, não impedindo que de vez ou outra, se desfaçam em roda para um solista fazer sua exibição, sendo substituído por outro até voltarem a coreografia inicial.


Duque de Caxias, 23 de Junho de 2010.


Onofrevo

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Dia Nacional da Leitura na Biblioteca Comunitária Solano Trindade com Onofrevo.

Participamos desse evento com muita alegria divulgando o frevo, levando centenas de crianças o ritmo e magia que empolga milhões de brasileiros.

Queremos agradecer a todos que contribuíram para a realização desse evento que marcou a comunidade do Cangulo.

Onofrevo.